quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Tipos de Cirurgia Bariátrica...

1) Desvio (“bypass”) gástrico

O tipo mais utilizado no Brasil e no mundo é o Desvio (bypass) Gástrico. Ele combina a redução do estômago com alguma diminuição da absorção de nutrientes, que resulta de uma mudança no trajeto dos alimentos pelo intestino. Esse desvio também provoca alterações na produção de hormônios produzidos no estômago e no intestino delgado que agem no controle cerebral do apetite. Como resultado, depois de uma operação destas a sensação de fome é bem menor. A preferência por esta modalidade justifica-se por sua eficiência, baixos riscos de complicações graves e inconvenientes aceitáveis. Uma das alterações hormonais mencionadas acima influi também na melhor estimulação à produção de insulina pelo pâncreas, beneficiando assim os diabéticos.
bypass_gastrico
Consiste em dividir-se o estômago em duas câmaras: a maior (98%) fica excluída, em repouso. A menor, em continuidade ao esôfago, fica com a capacidade de 20 a 30 ml, e é emendada ao começo do intestino delgado. Esta técnica chegou ao Brasil na década de 1990, numa versão que utilizava um anel de silicone (Operação de Capella). Por seus inconvenientes, desde 2006 não se utiliza mais o anel de silicone. Depois desta operação, as pessoas comem cerca de 250 ml de alimento em um período de 30 a 40 minutos e ficam satisfeitas.
A perda de peso média é de 30 a 40% em um ano, quando, em geral, se estabiliza. Numa minoria de casos pode haver recuperação do peso perdido após alguns anos ou, ao contrário, desnutrição. Para que isto não ocorra, é muito importante que o operado seja acompanhado por equipe especializada pelo menos de uma a duas vezes por ano.

2) Gastrectomia vertical em manga (sleeve)


Sleeve
O segundo nas preferências de médicos e clientes é a Gastrectomia Vertical em Manga (sleeve). É um método mais recente, que não altera a absorção dos alimentos ingeridos. Baseia-se apenas na redução da ingestão causada pela retirada de cerca de 80% do estômago. Com isto, além de caber menos alimento, remove-se a área onde é produzido um dos hormônios que agem no centro do apetite no cérebro. Como consequência, a saciedade se dá com menos comida. Sua eficiência aproxima-se da que se tem com o bypass gástrico e seus riscos de complicações graves e consequências indesejáveis são comparáveis.
Consiste na remoção definitiva da maior parte do estômago, permanecendo um tubo vertical de cerca de 200 a 250 ml de capacidade, que vai do esôfago até o início do duodeno. A perda de peso média é de 25 a 30% em um ano. Pode também haver recuperação do peso perdido em longo prazo, bem como complicações crônicas. Por isso, é igualmente necessário o acompanhamento especializado permanente.

3) Banda gástrica ajustável


banda_gastrica_ajustavel_v2
Consiste em estabelecer um obstáculo mecânico que restringe a capacidade do estômago de receber alimento a cerca de 20 ml de cada vez. Isso é obtido pela instalação de uma prótese de silicone inflável na porção superior do estômago, formando um anel de constrição que pode ser ajustado externamente. O orifício de passagem é ajustado em consultório de forma a permitir ingestão diminuída de alimentos com sensação de saciedade precoce.
A perda de peso média é da ordem de 20%, mas os índices de recuperação de peso em longo prazo são os mais altos da cirurgia bariátrica – 30% dos casos, na nossa experiência. Por isso a técnica é hoje pouco utilizada no Brasil, embora sua execução seja a mais simples.

4) Derivações biliopancreáticas: “Duodenal Switch”, “Scopinaro”

opcoes_terapeuticas_derivacao_bileopancreaticaNestas técnicas retira-se apenas cerca de 3/4 do estômago, mas é feito um grande desvio no intestino que provoca uma absorção muito diminuída.
A perda de peso média é de 35 a 40% em um ano. Entretanto, a possibilidade de complicações nutricionais consequentes da má absorção é considerável. Podem ocorrer diarreias e flatulência de controle difícil e deficiências nutricionais que exigem acompanhamento clínico e laboratorial mais frequente do que nos outros tipos. Por isso são técnicas escolhidas apenas por uma minoria na comunidade de cirurgiões.

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